domingo, maio 08, 2011

Quando racismo e sexismo se encontram na UNIJORGE




Carta aberta ao Movimento Negro, Movimento de Mulheres Negras e Movimento Feminista


Comunico às organizações de Movimento Negro, Mulheres Negras e Feministas que eu, Nairobe Aguiar, estudante do quinto semestre de História UNIJORGE, Centro Universitário Jorge Amado, fui agredida com uma tapa na cara por um colega, componente da organização do Simpósio de História “Pesquisa Histórica na Bahia” na referida faculdade.
Inicialmente, estávamos organizando conjuntamente a coordenação do Curso, o Simpósio de História, que da noite para o dia, fomos tirados da construção, sob a justificativa de que o evento não deveria ter envolvimento do movimento estudantil, em tempo, de um dos palestrantes, e ainda, que não assinaríamos os certificados, visto o evento estar sob a responsabilidade da instituição.
No dia anterior ao fato, encontramos esse grupo de estudantes com a camisa de organização do evento (até então da universidade), fizemos algumas intervenções, falando sobre a institucionalização daquela atividade, proposta pelo movimento estudantil, e sobre a apropriação intelectual da mesma.   Com efeito, isso causou um forte incômodo à organização do evento.
Quando cheguei à atividade, no dia seguinte, fui impedida de assinar a lista de presença, que me legitimaria a ganhar o certificado de carga horária do evento. Todas as pessoas assinaram, na minha vez, a organização da atividade recolheu a lista, e eu perguntei num tom alto, no meio da palestra: por que vou assinar a lista lá fora, já que todos assinaram aqui dentro?
 Na mesma hora, todo mundo parou e me olhou. Esperei o evento acabar, chamei a coordenadora do curso para pedir explicação, a mesma não deu atenção, assim não comunique o ocorrido. Quando saí do evento, me dirigi até LUCAS PIMENTA, o agressor, e perguntei: posso assinar a lista? Ele disse: “você é muito mal educada!”. O interrompi, e falei: não quero te ouvir, só quero saber se posso assinar, caso contrário, vou conversar com a coordenação. E ele disse: “Você tá tirando muita onda, não é de agora que eu tô te aturando!” E me deu UMA TAPA NA CARA! Quando falei que Eu, oriunda do movimento negro, do movimento de mulheres negras, não deixaria barato, que iria acionar a lei Maria da Penha, ele se curvou e foi segurado pelos colegas ao tentar me dar murros.
Ao  dizer, “você tá tirando muita onda,”   em seguida, me agredir, o Sr Lucas Pimenta  revelou  um sentimento de insastifação, não apenas de Lucas, mais de muitos(as) outros(as), diante do fato, de ser eu, mulher e negra, Coordenadora Acadêmica no CA de História da Jorge Amado. O fato de estarmos adentrando o espaço acadêmico por si só, já fez membros da elite branca, sobretudo, masculina, sentir-se ameaçada.
Uma tapa na cara vem em retaliação a um fato, mais insuportável ainda, para Lucas e demais membros da elite racista-sexista desse país: sou mulher negra, favelada, jovem e o represento num espaço onde o projeto genocida de Estado brasileiro historicamente  reservou para o segmento branco.  Sei, que no fundo,  a intenção de Lucas e outros racistas violentos, lotados na academia, não é apenas dar um tapa na cara de cada preta(o), mas barrar a nossa entrada e ascensão nesses espaços. Enfim, nos eliminar fisico-espiritualmente. É por isso, que o racismo e o machismo se articulam o tempo todo para impedir que pessoas como eu (preta estilo favela!) não possam representar uma pequena minoria do curso de história (brancos, e classe média). Atualmente, ocupo a posição de Coordenadora Acadêmica do Centro Acadêmico União dos Búzios, representação legítima dos estudantes do curso de história dessa Instituição – por isso, a agressão que sofri ganha um peso simbólico mais complicado. Estaria tudo bem, se eu ocupasse um lugar na senzala, se eu estivesse na favela, esperando a hora de visitar meu companheiro na prisão ou compondo manchete na página policial. Mas, como eu e várias (os) irmãos não nos curvamos, eles reagem dessa forma. Sei que a tapa na cara e a expressão “você tira muita onda,’ quer na realidade perguntar: “quem é você, sua neguinha ousada e Insolente? Tal episódio poderia acontecer com qualquer outra irmã que desafiasse confrontar politicamente um membro da elite branca desse país racista, machista e homofóbico
 Por isso, conclamo meus irmãos e em especial às minhas irmãs, para amanhã, na extensão desta atividade, manifestarmos politicamente nosso repúdio. O Simpósio começa ás 18h:30. O procedimento legal está sendo encaminhado.
Espero não apenas uma resposta legal, mas que a Unijorge responda administrativamente com medidas reparatórias a esse caso de Violência contra a mulher.
Na fé!
Tamu juntu!

quinta-feira, abril 28, 2011

SUPER FELIZ

Descobri uma cópia do meu livro que havia imprimido para fazer correções. Agora o projeto de continuar publicando aqui no blog volta a ativa, mas preciso de um tempo porque terei que redigitar, menos mau, pior se não tivesse esta cópia.

segunda-feira, abril 18, 2011

Sobre o livro

Tive um problema no computador e perdi todas os meus arquivos, junto estava o meu livro da qual só tenho cópia impressa. Em outro momento da qual eu tiver mais tempo voltarei a postar uma vez que demandará mais trabalho.

segunda-feira, março 21, 2011

PELA IMEDIATA LIBERTAÇÃO DOS PRESOS DA PASSEATA DE PROTESTO DO RIO!


  Nós, parlamentares e dirigentes políticos fluminenses, estamos empenhados na imediata libertação do(a)s cidadã(o)s - trabalhadores e estudantes - presos por estarem participando de manifestação democrática e pacífica, em 18/3, contra a política intervencionista dos governos dos EUA no mundo.
  Em inquérito sumário e célere, 12 pessoas foram acusados de atirarem 'artefato incendiário' e 'causar lesões corporais' em funcionário do Consulado norte-americano no Rio e se encontram encarcerados. Os homens, inclusive, já tiveram suas cabeças raspadas!
  Desafiamos as autoridades policiais do Rio de Janeiro e também o próprio Consulado estadunidense a provar o envolvimento de qualquer dos detidos no ato de vandalismo.
  A continuada detenção desses militantes é arbitrária e injusta, e o Judiciário precisa acolher os pedidos de Habeas Corpus.
Liberdade para os presos já!
Assinam:
Senador Lindberg Farias (PT) e Randolfe Rodrigues(PSOL), Deputados Federais Chico Alencar (PSOL), Jean Wyllys (PSOL) e Stepan Nercessian (PPS), Deputados Estaduais Janira Rocha (PSOL), Marcelo Freixo (PSOL), Robson Leite (PT), Zaqueu Teixeira (PT), ex-Deputado Federal e Presidente Regional do PSTU, Cyro Garcia.

quinta-feira, dezembro 30, 2010

DERREPENTE SEM (PARTE4)


LIVRO, DERREPENTE SEM
CAPITULO 3
DE SORRISOS ARTIFICIAIS, FRIOS AEROPORTOS E A PRIMEIRA VEZ

Sozinho no aeroporto de Brasília depois de resolvido  todas as questões burocráticas pré-embarque e da Any e o David terem repassado inúmeras vezes os procedimentos para o embarque e desembarque em Paris e Bucareste. Marcos agora depois de tantas viagens, de tantas vezes ter embarcado e desembarcado em vários aeroportos e de ter conhecido outras tantas empresas aéreas onde foi muito bem recebido como quando viajava pela TACV de Cabo Verde e pelos inúmeros problemas causados por preconceito racista quando viajava pela empresa TAP portuguesa por exemplo. Marcos envolto a todas essas lembranças, recordara de uma em especial, a sua primeira viagem aérea que ao contrário da atual foi marcante pelo contexto de felicidade que envolvia sua estréia em um avião, pois estava viajando com passagem só de ida para Cabo Verde onde iria morar com Júlio que já estava à seis meses naquele país a trabalho para o Estado brasileiro, o recém atleta lembrara como estava ansioso por chegar em Cabo Verde, a diferença é que naquele momento Marcos também estava apreensivo com a novidade, mas naquela ocasião tudo soava bem, todos estavam felizes por Marcos e Júlio, Marquinhos estava especialmente feliz porque aquela viagem selava seu casamento com Júlio. Neste momento ao lembrar do casamento Marcos retomou a consciência atual e a tristeza dos últimos dias é novamente estampado em seu rosto. Marcos tentou imaginar qual é a real situação de Jú, tentou imaginá-lo como dá última vez que o viu, isso em abril, nas férias de Júlio, mas ele fez um sinal negativo ao lembrar, pois quando viu seu companheiro a situação já não era das melhores, Júlio chegou ao Brasil extremamente magro e com a aparência envelhecida causada por uma forte anemia e a depressão, Júlio não gostava do país em que estava vivendo e isso refletiu drasticamente em sua saúde, além do fato que era fumante desde os 18 anos, este foi um fato que contribuiu muito para o agravamento da sua saúde. Marcos sentara com o pensamento longe e aguardara o chamado para embarcar para o Rio de Janeiro, de onde faria escala para Paris.
Vinte minutos após Marcos ter entrado na sala de embarque, pelo auto-falante foi anunciado o início do embarque para o Rio de Janeiro, para o agrado dos passageiros o avião estava relativamente vazio, fato que fez com que Marcos ocupasse outro conjunto de cadeiras desocupadas e assim, pudesse deitar e tentar dormir até o destino, mas seu pensamento o levou a continuar as lembranças do seu primeiro vôo em 2003, Marcos recordara que naquela época Júlio o orientara a colocar algumas roupas em sua bagagem de mão na viagem para Cabo Verde porque as malas dos passageiros costumavam demorar a chegar na ilha de Santiago, pois ficavam retidas na ilha do Sal até serem embarcadas. No entanto, Marcos ignorara as orientações do Jú e ao chegar a ilha do Sal pensando que iria fazer escala imediatamente, para sua surpresa, deparou-se com Júlio e seu famoso sorriso largo e receptivo, Jú havia preparado uma surpresa, foi para a ilha do Sal, mudara as datas do vôo do Marcos e ali decretara um final de semana a SÓS, mas as surpresas não pararam ali porque o sorridente companheiro de Marcos reservara uma suíte em um hotel que imitava um navio em seu designer e ficava parte dentro do mar, fora de fato, um final de semana inesquecível, outra coisa que Jú fazia com maestria, preparar surpresas. Marcos acabara por dormir, aproveitando que estava sonolento, recusara o lanche oferecido no avião para não despertar aquela que julgou ser uma oportunidade de apagar de tudo a sua volta, naquele momento, dormir para ele era como um milagre. Alguns minutos depois apagou.
Marcos acordara com um rosto branco com um sorriso artificial mirando-o, era a comissária de bordo numa educação treinada informando que o avião aterrissaria em poucos minutos, era preciso se preparar, ou seja, sentar-se, colocar a poltrona em posição vertical, colocar e ajustar o sinto de segurança. Marcos retribuiu o sorriso artificial com outro igual e seguiu as instruções, colocou imediatamente o fone de ouvido oferecido pela comissária de bordo ao entrar no avião, queria ouvir se estava passando na radio interna a música “Samba do avião” relatado por alguns amigos que isso era um costume dos vôos que faziam aquela rota, mas parece que, ou não era costume daquela empresa aérea, ou não lembrara deste detalhe.
Marcos olhara pela janela e viu o mar, pelo menos aquela parte ainda era azul, o passageiro com destino à Bucareste lembrara de sua amiga caboverdiana que morava e estudava no Rio de Janeiro. Ele ficou com vontade de revê-la, queria contar tudo o que aconteceu e relatar seus últimos dias. Sua amiga Ley foi a primeira amizade que Marcos fez em Cabo Verde, sua amiga caboverdiana participou de um dos melhores momentos de sua vida e tornara uma confidente em comum de Marcos e Júlio, em Cabo Verde fez parte da companhia de teatro que o Marcos criou naquele país e chegou a morar com o casal até ir para o Rio de Janeiro estudar psicologia, eles nunca perderam o contato e agora Marcos queria revê-la, mas ele não conhecia o Rio de Janeiro e o tempo de estada naquele aeroporto seria muito curto para se aventurar.
Quando o avião aterrissou, Marcos preocupou-se em comprar um livro, pois, seriam 12 horas de vôo ininterruptas até Paris e em seguida, mais 4 horas até Bucareste. O solitário viajante precisava ter algo para fazer ou consumiria em tristeza fechado dentro do avião tendo como opção, apenas lembrar da tristeza que o acompanhava naquela triste e esperançosa viagem. Lembrara que tinha que comprar também, recargas para o telefone celular, recomendações da Any que queria notícias no decorrer da viagem. Ao entrar na livraria deparou-se diante de uma montanha de Best Sellers estampado nas capas dos livros disponíveis que em nada tinha em comum com o que Marcos estava acostumado, com a falta de opção, acabou escolhendo um romance cujo a história já havia sido adaptado para o cinema, assim, ele poderia depois assistir e fazer os contra-pontos, uma mania que Marcos cultivara, ler obras que poderia depois assistir, seja no teatro, ou no cinema e perceber como os diretores visualizaram a obra. No entanto, costumava se decepcionar, pois no cinema, percebia que não havia um compromisso com a história e sim, de apoiar no sucesso do romance para vender um filme quase que distinto.  Tendo a obra literária em mãos, Marcos foi até a saída do saguão do aeroporto numa tentativa de ver algo da cidade alardeada como maravilhosa, mas para sua decepção, aquele aeroporto era como a maioria, distante e frio, Marcos sempre dizia que aeroporto é um lugar neutro, não é pais nem estrangeiro é apenas, aeroporto, como ele dizia – Se ha um lugar neutro, este lugar é o aeroporto! O Viajante mais uma vez lembrou de sua amiga Ley, tão perto e ao mesmo tempo tão distante, tantas vezes tentou marcar um encontro com a amiga para visitá-la e agora estava próximo, mas as circunstancias não permitia tal encontro.
Parado diante do comissário que preparava seu check-in, Marcos não acreditou quando o mesmo sorriu e ofereceu duas noites em um hotel 5 estrelas por conta da empresa, era uma estratégia de marketing, Marcos era turista com passagens para Romênia com escala em Paris, era o cliente que preenchia o perfil da rede hoteleira, a verdade é que  Marcos parou olhando para o comissário sem reação, era tudo o que ele queria, uma oportunidade de sair do aeroporto e encontrar com sua amiga Ley, mas o motivo de sua viagem recaiu sobre sua mente, não estava ali como turista em férias, tinha que buscar Ju para se tratar no Brasil e isso era prioridade, era aquele o motivo de deixar o Brasil em meio a faculdade e trabalho. 40 minutos depois de recusar a oferta tentadora da empresa hoteleira, Marquinhos estava tentando persuadir o guarda responsável pela fiscalização da esteira com scanner, pois em sua bagagem de mão haviam frascos de perfume, creme de barbear, desodorante e outros vários produtos de higiene e beleza que foram retidos, não puderam sair do país. O viajante ficou com uma certa raiva, lamentou segundo ele que as neuroses Estadunidense e Européia afetasse o seu país. Imaginou que fez muito bem em não obedecer as ordens do Ju quando foi para Cabo Verde, afinal, para quê encher uma mala de bagagem de mão? Para acabar dando de presente para um guarda qualquer? Pois ele duvidou que seus produtos chegassem até ao destino burocrático.

sexta-feira, novembro 19, 2010

FEIJOADA DOS AMIGOS DO CEDECA-DF


Amigas e amigos,

O CEDECA/DF é uma organização da sociedade civil de defesa dos direitos humanos de crianças e adolescentes. Trabalhamos na perspectiva do controle das políticas públicas, da contribuição para a produção de conhecimento especializado,  na construção de  elementos ao debate público, nas denuncias de situações de grave violação de direitos, provocação das instâncias do Poder Público quanto a sua atuação, mobilização da a sociedade, realização de ações de educação política e na garantia ao direito a participação de crianças e adolescentes.

Todos nós apoiamos formas de organização na sociedade que consideramos importantes. Alguns de nós contribui com um partido político, com uma igreja, uma associação de classe, um clube, um projeto social, um time de futebol, um programa governamental, etc. Apoiamos porque acreditamos que deva existir, que sua atuação contribui positivamente para a construção de uma sociedade melhor.

O CEDECA/DF, dentro de sua política de sustentabilidade, busca o apoio daqueles que compreendem a importância da atuação de uma organização de defesa dos direitos humanos de crianças e do adolescentes em nossa sociedade.

Como primeiro ato desse processo, realizará no próximo dia 27/11/2010 (sábado), a partir das 12:00, feijoada no "Restaurante Nosso Lar" que fica na Galeria dos Estados.

Aqueles que por ventura não moram em Brasília/DF ou que não estarão por aqui nessa data, mas querem contribuir com o CEDECA/DF, também podem adquirir o seu ingresso a título de contribuição.

Se você considera importante o trabalho da nossa organização e deseja nos apoiar, entre em contato. Também me escreva se tem interesse em conhecer melhor o nosso trabalho. Em breve estaremos no ar com nosso Website! Por enquanto pode nos contactar pelo e-mail: cedecadf@uol.com.br  e também através do fone: 32747671

Lembrando que teremos muito samba, samba-rock, samba-canção, música brasileira de primeira levada por nossa engajada Ms.Djulz.

 Abraços!

Equipe Cedeca-DF

terça-feira, outubro 19, 2010

DERREPENTE SEM (PARTE 3)


CAPITULO 2
A ESPERANÇA NA PARTIDA 

No dia 2 de setembro em meio às preparações para a viagem, Marcos recebera uma ligação da Romênia, na linha, o embaixador brasileiro naquele país que era conhecido e amigo de Marquinhos:
           
                              Embaixador
                              - Marquinho!

                              Marquinhos
                              - Oi embaixador.

                              Embaixador
                              - sinto muito estarmos nos falando novamente em meio a uma lamentável situação, Marquinhos, eu estou sabendo da sua movimentação para vir a Romênia, mas, estou em meio a um turbilhão de coisas aqui e diante do quadro, quero pedir que você me dê um tempo. Tenho que ser sincero com você Marquinhos, a situação do nosso Ju não é nada animador, conversei com os médicos e hoje as chances de vida dele é de 30%, por isso quero que você me dê este tempo, pois pode ser que venha e ao chegar o pior infelizmente tenha acontecido. Vou conversar com a Julia sobre isto e então retorno para você.

                              Marcos (chora muito)
                              - Tudo bem embaixador, eu te dou este tempo, mas se nada acontecer até amanhã, eu estarei embarcando e então eu peço ao senhor que me envie o documento que ateste que estou indo cuidar do Ju para que eu não tenha problema no aeroporto de Paris e nem na chegada em Bucareste..

                             

                              Embaixador
                              - Sim, eu envio o documento, só preciso de um fax para eu poder enviar. Mas Marquinhos, sei que não preciso dizer isso, pela amizade que temos e o tempo que convivemos em Cabo Verde, você sabe de tudo isso, mas preciso dizer diretamente a você que estamos fazendo tudo o que é possível, tenha certeza disso meu amigo, estamos empenhado aqui pela melhora do nosso grande Ju.

                              Marquinhos
                              - Eu sei embaixador, quanto a isso, eu estou muito tranqüilo, aguardo um retorno do senhor amanhã. Até mais. (Desliga o telefone)


Marquinhos tentara se tranqüilizar mas diante da revelação do embaixador a respeito de Julio está com apenas 30% de chances de vida não conseguiu se conter e mais uma vez as esperanças de que aquele desfecho fosse feliz desabou e junto com ele, a tristeza do recém atleta se tornava cada vez mais profunda, Marquinhos sentou-se após desligar o telefone e não conseguiu mais articular as idéias, pensava no futuro, no decorrer dá vida, a possibilidade de perder o seu Ju era de 70% naquele dia, e aquele número pesava na memória, pesava no coração, pesava a possibilidade da perda. Imaginar passar o resto da vida viúvo era desesperador, pois ele desaprendera a fazer planos individuais, todo o seu projeto de vida presente e futuro eram a dois, como já havia sendo há quase 10 anos.
Any após Marquinhos desligar o telefone, quis saber o que foi conversado com embaixador e ao saber, providenciou o número de fax pedido pelo diplomata e em seguida, encorajou Marquinhos a arrumar as malas porque, dependendo do que o embaixador dissesse no dia seguinte, ele teria que embarcar imediatamente para Romênia, ele assim o fez. Foi uma ação reconfortante, a idéia de estar junto do seu companheiro o alegrava, tinha a certeza que estando ao lado do Ju o então enfermo se animaria e isto com certeza o ajudaria a se recuperar e dessa forma ele poderia viajar para se tratar no Brasil. Com este filme passando em sua cabeça, Marquinhos teve o cuidado de preparar sua mala, com a certeza que não faltara nada do que precisava, Any colocara um pacote de lenço de papel na bagagem de mão, pois sabia que aquele acessório seria de grande utilidade no percurso que seu amigo-irmão faria no dia seguinte solitário durante 12 horas dentro de um enorme avião a caminho de Paris e em seguida, mais 4 horas com destino a Romênia. Outra questão atormentava a cabeça do Marquinhos, seu passaporte estava vencido e Any com toda sua presteza e competência, providenciara com um amigo, a agilização de um novo passaporte de forma a burlar a burocracia e assim não comprometer a provável viagem no dia seguinte.
Na manhã do dia 03 de setembro Marquinhos acordou com o telefonema da Any que acordara cedo e fora ao trabalho, sua amiga informara que o embaixador havia mandado o fax prometido, isso significava que nada mudara no quadro de saúde de Júlio e principalmente, era preciso agilizar, pois com este cenário, confirmara a necessidade de sua ida a Romênia neste mesmo dia, seria um dia de grandes movimentações, posto que ainda havia a pendência do passaporte, a compra das passagens e a tentativa de burlar parte da burocracia para que a viagem não fosse prejudicada. Como combinado no dia anterior, David, estava a caminho para buscar o Marquinhos e assim agilizar os tramites do dia, neste mesmo momento Any estava resolvendo questão de passagens e a também amiga Isa recolhera as contribuições dos amigos.
Naquela tarde depois de um dia exausto Marquinho estava agora a 14:00, indo para o aeroporto acompanhado dos amigos, Any e David, estava com o pensamento muito longe enquanto Any que tomara todas as providências dava instruções sobre a viagem como hora de chegada e partida nos aeroportos, havia uma tensão pelo fato da escala que o avião faria em Paris e o Marquinhos ter que descer, pois o mesmo estava em uma situação de vulnerabilidade e os amigos tinha medo de uma possível situação de racismo e xenofobia, já que o personagem que desceria no aeroporto parisiense era negro e brasileiro, duas qualidades não muito bem aceita na Europa, mas o Marquinhos não estava preocupado com isso, seu pensamento rondava os corredores do hospital na Romênia, tentava imaginar como seu companheiro estava, buscava uma forma de convencer os médicos a permitir que ele aproximasse do seu Jú.  Marquinhos fora despertado pela Any que colocando a mão em sua perna disse olhando em seus olhos:
Any
- Entendeu todo o procedimento?
Marquinhos
- Sim
Any
- Mas de toda forma, isso aqui é o seguro de viagem, se tiver qualquer problema ligue para este número, neste telefone você poderá falar em espanhol, qualquer problema que surgir eles te auxiliarão. (Marquinhos fez sinal que havia entendido, virou-se para o outro lado e sua mente o levou para outro momento de sua vida com Júlio).
Neste momento Marquinhos lembrara do último dia de carnaval de 2002, neste ano, ele fora divertir junto a alguns amigos como o Carlos, naquele dia um outro amigo havia bebido além da conta e Marquinhos passou a cuidar dele de forma a que ficou meio alheio à festa que acontecia ao redor, já a noite decidiram prolongar a festa em um barzinho e assim fizeram, ao chegar no tal bar, Marquinho cruzou olhares com um rapaz de pele que lembrava a cor indígena, achou-o lindo e ficou encantado com o sorriso que recebera do mesmo, em seguida o rapaz sorridente e lindo criara uma estratégia de aproximação, estratégia essa que dera muito resultado e naquele mesmo dia iniciaram um namoro. Marquinhos lembrara sorridente da forma como Jú o cativou e em apenas alguns segundos o fez com que ele se apaixonasse. Marquinhos foi interrompido pelo telefone que em seguida Any estende a mão entregando-o e informando que era a irmã de Júlio. Júlia informou que enviou um documento em que a família atesta a união estável do irmão com ele, pede que Marquinhos faça tudo o que estiver ao seu alcance e quebra aquele momento de tristeza pedindo chocolate de menta, o mesmo que Jú sempre trazia da Europa para ela ao que o cunhado consente com muito prazer em fazê-lo.
Após todos os tramites necessário para o embarque como check-in, revisão de rota a Any mais uma vez repassou todas as informações referentes ao seguro, cuidado com possíveis situações de preconceito etc, na verdade, Any estava mais apreensiva com a viagem do que o próprio Marcos.

sábado, setembro 18, 2010

Parte 2

DERREPENTE SEM

Capitulo 1

A notícia inesperada (Parte 2)

Com o corpo dolorido pela posição em que adormecera depois de uma tristeza profunda, Marcos tentou abrir os olhos, mas a forte luz que vinha em direção aos seus olhos o impedia de fazê-lo, ele colocou as mãos sobre os olhos e tentou abri-los devagar até que os mesmos se acostumecem com a luz, após conseguir enxergar algo, passou a mão sobre o criado e pegou seu relógio e viu que no mesmo marcava 03:42 logo percebe que adormecera mais do que devia, então levantou-se apressado em busca do Junior e da Junia, como ele e Júlio diziam, seus filhos, os meninos eram na verdade dois gatinhos Caboverdianos que eles adotaram como filhos. A preocupação do Marcos foi que adormecera e deixara as janelas abertas, um perigo posto que o Junior já caíra algumas vezes da janela. Ao certificar que os filhos felinos estavam bem, fechou as janelas e apagou as luzes que queimavam em seus olhos e tentou dormir novamente.    
            Marcos acordou repentinamente com a o toque do telefone, a luz novamente incomodava seus olhos, só que agora era a luz do dia que atravessava as cortinas brancas, ele levantou ainda sonolento e foi em direção ao telefone fixo que zumbia em seu ouvido de maneira grotesca:

Marcos
                        - Alô

                        Hellen
                        - Oi Marquinhos

                        Marcos
                        - Oi Hellen, que bom que você ligou, o que está acontecendo com o Jú.

                        Hellen
                        - Marquinhos,desculpe ligar a essa hora, imagino que seja muito cedo aí no Brasil, mas infelizmente não posso esperar. Espero que tanha lido a mensagem que enviei. O Julio está muito mal, ele está com uma infecção no estomago, não consegue falar nem 5 segundos e já se sente cansado e não está podendo comer direito, aqui não tem a medicação a que ele precisa então importamos da Alemanha, mas só chega amanhã ou depois. Você vai ter que ser forte Marquinhos

                        Marcos
                        - Hellen, me deixa informado de tudo que está acontecendo, estou desesperado aqui sem poder fazer nada.

                        Hellen
                        - Fica tranqüilo, a gente está fazendo tudo o que é possível aqui, pode deixar eu vou te informar qualquer coisa que acontecer aqui, fica atento ao seu e-mail.

                        Marcos
                        - Tudo bem, obrigado Hellen. 

Ao desligar o telefone, Marcos mais uma vez se desesperou.
No dia seguinte Marcos acordou outra vez com o telefone tocando, levantou-se as pressas, pois tinha certeza que era a Hellen do outro lado, ao pegar o telefone ele ouve uma voz fraca, quase inaudível:

Júlio
- Oi minhoco (era este o apelido dado por Julio à Marcos)

Marcos
- Bê?

Júlio
- Sou eu minhoco, desculpa, Marquinhos, eu não queria que você passasse por isso.

Marcos
- Oh Bê, não tem de que se preocupar, olha, não fale muito, descanse e deixa que eu fale.

Julio
- Ai minhoco, eu estou tão arrasado, sempre fui tão forte, nunca fiquei doente, sempre trabalhei sem problemas e agora estou aqui, dando trabalho.

Marcos
- Bê, fica tranqüilo, logo você vai melhorar e aí vai vir para o Brasil e eu vou cuidar de você viu. Vamos ficar aqui juntinhos como planejamos e logo você vai se curar.

Júlio (chora)
- Desculpa Marquinhos, desculpa. (chora em desespero)

Marquinhos
- Olha Bê, não se desespere, não tem nada para se desculpar, você sabe que eu sou feliz porque te amo e logo a gente vai estar junto. Bê, você não pode fazer tanto esforço, eu vou desligar porque você está se esforçando muito. Mas eu te amo, amo muito, bem grandãozão.

Julio
- Eu te amo minhoco e me perdoa. (desliga)

            Marcos que manteve o equilíbrio emocional durante a ligação mas o desligá-lo ele chorou muito, não agüentando mais guardar aquilo sozinho em sua casa, ligou para a casa da Any e a Deise atendeu, ele em prantos relatou o que passara nos três últimos dias. Após o relato dos seus últimos momentos Any e Deise forão a casa de Marcos busca-lo para que ele ficasse em sua casa, precisavam estar próximos para ter a certeza que o desespero não o encorajasse a ter alguma atitude drástica, além de que naquele momento, ele precisava da ajuda das amigas para pensar no que fazer.
            Any montou praticamente um posto de plantão em sua casa com celulares, telefones e computadores ligados a internet para receber as notícias que vinham da Romênia, Marcos nesta altura já estava fora de si, não tinha reações que não fosse responder as perguntas e mesmo assim, respostas desconectas. Deise e Fernanda sua sobrinha, quando não estavam fazendo suas obrigações diárias, estavam de prontidão aguardando notícias e tentando intermédia-las uma vez que Marcos não estava em condições.
            Durante três dias Hellen foi incansável na função de buscar notícias da situação em que se passava com Júlio na Romênia, mas as notícias eram cada dia mais desesperadoras, pois o enfermo a cada hora piorava e o medicamento que fora importado da Alemanha não chegara, a cada ligação ou mensagem via internet a casa se tornava com tom ainda mais mórbido.
            Any resolvera que Carlos um grande amigo de ambos, tinha que saber o que estava acontecendo e assim o fez e no dia seguinte Carlos estava na casa que se tornara um plantão de recebimento de noticias e que naquele momento vivia uma morbidez intensa. Carlos foi taxativo e afirmou que o lugar de Marcos naquele momento, era na Romênia para saber de fato o que estava se passando e assim agilizar o retorno do Júlio ao Brasil.
            Em meio a toda esta movimentação, Marcos estava alheio ao que se passava e não percebeu que seus amigos movimentaram 10 mil reais junto a sua rede de amizade para a ida a Romênia. (continua)

quinta-feira, setembro 09, 2010

Primeira parte do 1º capitulo do livro

Enfim, inicio a publicação do livro.

Como não tenho autorização para publicar nomes, usei pseudonimos penso que vocês irão se identificar nas histórias, caso queiram saber qual o pseudonimo qua atribui só fazer um sinal.

DERREPENTE SEM

Capitulo 1

A notícia inesperada (Parte 1)

Um pequeno apartamento estilo quitinete, com uma cozinha americana. A decoração em branco e salmón de gosto apurado, faz com que o pequeno espaço pareça maior além de aconchegante, sentado na cama que fica de frente para um móvel moderno de linhas retas e retangular, Marcos estava concentrado na elaboração da aula do dia seguinte que ministrava voluntariamente aos seus alunos em uma cidade afastada do centro. Marcos levantou-se e foi ao banheiro espaçoso que contrastava com o restante do pequeno apartamento, já estava naquela função a muito tempo e resolvera relaxar com uma jorrada de água fria no rosto ao que se deparou com o espelho e sua face preocupada pois naquela semana passara o dia de seu aniversário, a preocupação não se dara pelo fato de ter ficado mais velho, mas, pela ausência de noticias de Júlio seu companheiro de quase 10 anos. Marcos estranhara o fato de Júlio não ter telefonado ou mesmo enviado as notícias rotineiras da semana. Júlio era da área da diplomacia e naquele momento representava o Brasil na Romênia e neste período, Marcos estava no Brasil onde terminava seu curso superior. Ano passado em seu aniversário, fora surpreendido pela visita surpresa de Júlio ao Brasil como presente de aniversário e um ano depois não receber um telefonema era demasiado estranho, mas o aniversariante não queria fazer contato e parecer que estava fazendo algum tipo de cobrança, pois seu relacionamento se consolidara sem qualquer tipo de cobranças ou ciúmes, a maneira em que os dois viviam exigia um grau maior de maturidade de ambas as partes.

Marcos era recém adepto da vida saudável e em nome disso corria todos os dias pelo menos 5km e foi exatamente isso que ele resolvera fazer naquele momento, precisava espairecer e nada melhor que um exercício físico para deixar de pensar naquilo que consumia sua memória. Então fez todo seu ritual de preparação, colocou suas meias brancas e o tênis de corrida presenteado pelas amigas Any e Deise em ocasião de seu aniversário no ano anterior e saiu, naquela noite ele correra 16 km ininterruptos mas conseguira deixar de pensar na ausência de noticias de Júlio. Ao voltar da sua corrida diária, Marcos ligara seu computador e enquanto este iniciava ele mais uma vez foi cumprir seu ritual, desta vez de pós exercício, deixara um conjunto de roupa limpa preparada e em seguida tomara um banho demorado, vestiu a roupa que deixara prontamente em cima da cama e sentou-se junto ao computador para ver as mensagens do dia, passou antes em um site de música na perspectiva que tivesse alguma novidade sobre o novo CD de sua cantora favorita que estava em fase de pré-lançamento, não teve nenhum sucesso na empreitada, seguiu então para sua caixa de mensagens onde se deparou com um e-mail vindo de Bucareste, mas cujo o remetente não era Júlio, a mensagem dizia:

“Oi Marquinhos,
Infelizmente o que me trás aqui não são boas notícias, o Júlio foi internado esta semana e está sendo medicado, estive hoje no hospital e ele pediu que eu enviasse este recado para você. Ele pediu também que você pare com este negócio de voluntáriado.

Bjos meu anjo!”

Hellen

Marcos ao ler a mensagem parou pensativo, um filme da qual ele tinha muito receio e medo passou em sua cabeça, sentado junto ao computador, sem reação o atleta tentou imaginar qual a verdadeira situação de seu amado, ele sabia que se fosse uma coisa sem gravidade o Júlio nunca deixaria que ninguém informasse, como ele mesmo diria, “não nos incomodemos com bobagens”, mas, pelo contrário, ele mesmo pediu que o enviassem a mensagem. Após algum tempo atônito, Marcos decidiu ligar para Any para dividir sua angustia, mas o telefone não atendeu, Marcos sentiu suas forças se esvaírem então, deitou-se na cama e não conseguiu outra reação a não ser chorar sozinho no pequeno apartamento de mobília branca.

quinta-feira, agosto 26, 2010

O LIVRO

Já prometi várias vezes que enviaria em breve o livro que estou escrevendo, mas andei desmotivado para escrever, tenho cento e poucas páginas escritas e ainda com muita história para contar, então farei diferente, vou começar a publica-lo aqui em meu blog, postado partes por vezes aí é o tempo de finalizar enquanto o mesmo vai sendo publicado capitulo. 

Porque precisarei me preocupar com um farmato arcaico de publicação se tenho este espaço? Portanto a partit de Hoje, começo a disponibiliza-lo atravéz do meu maior meio de comunicação, meu blog.

Bjos!

O dia do meu niver

Hoje acordei pensando ser um dia normal, levantei cedo e fui encontrar o Bruno e a Simone para darmos continuidade as visitas as escolas que receberão a oficina de diversidade sexual oferecida pela instituição que trabalhamos e ministrada por nós. Estava convicto que este seria um dia melancólico da qual esperaria que acabasse logo, afinal, hoje fez um ano em que iniciára a minha angustia por falta de noticia do meu saudoso ex-companheiro que depois viria descobrir que estava internado em estado grave culminando com a  sua morte, ou seja, seria um dia de tristezas. Mas acabei o dia indo assistir ao novo espetaculo do Grupo Galpão "Till, a Saga de um Heroi Torto", grupo o qual considero o melhor do Brasil em teatro de rua, foi um deleite.

A idéia era sair com os amigos do trabalho após a apresentação, mas a realidade financeira não me permitiu, o André até insistiu, mas a minha responsabilidade finaceira falou mais alto, voltei para casa e me deparei com a surpresa das minhas amigas Débora e Paula que me aguardavam com bolo e suco para comemorarmos o meu dia.

Assim passou um ano da minha vida da qual recomeço desde que me vi não sendo mais dono do que conquistei ao longo de dez anos.

Ao final do dia costatei que minha vida se transformou em uma melancolia com alguns momentos de  surpresas. 
Viver por viver está sendo chato.

quinta-feira, abril 29, 2010

SAUDADES

SAUDADES DE OLHAR NOS OLHOS, DIZER: EU TE AMO. E SENTIR O CORPO CORRESPONDER. ISSO ACONTECE MAIS DE UMA VEZ?

quarta-feira, abril 21, 2010

SOBRE O LIVRO

Povo,

Tive que dá um tempo na continuidade do livro. Ando atarefado com demandas do trabalho, estou realizando um projeto pioneiro junto a minha colega de equipe, criando conceito em uma área espinhosa, ou seja, falando de um assunto que as pessoas não falam e não tem literatura sobre o mesmo. Este fato faz com que a equipe fique receosa quanto forma de abordar, já escrevi e reescrevi e tive que voltar a escrever tudo novamente, Já estou esgotando as possibilidades de abordagem sobre assunto. Mas é assim mesmo, se não dá conta, pede pra sair e isso eu não vou fazer, portanto, vou penar mais um pouqinho.
Logo que estiver tudo pronto para fomentar a discussão, posto aqui, imagino que vocês irão gostar do tema, da forma da abordagem e do trabalho lúdico realizado para alcançar o público.

Fiquem na expectativa.

quinta-feira, março 18, 2010

Video feito por mim

Produzi este video como exercicío de matar a saudade.
Espero que vocês gostem.

segunda-feira, março 08, 2010

Happy

Bem mais feliz com as conversas que tenho tido com minha cunhada e sogra.
Passado o back da perda, acho que as coisas começam a entrar no eixo. Tudo o que eu mais temia era o distânciamento delas e com isso perder mais um vinculo com o que foi os anos mais felizes da minha vida, hoje estou particularmente feliz.

sexta-feira, março 05, 2010

4POR4

Hoje fui assistir ao espetáculo de dança 4por4 da coreógrafa e dançarina Deborah Colker, o ingresso foi presente da minha chefa e amiga Perla Ribeiro. Fiquei estasiado com a qualidade artística e técnica do espetáculo e dos dançarinos. Bateu uma saudade de voltar a fazer teatro, mas infelizmente é preciso mais que vontade para esta empreitada e no momento estou numa luta árdua pela sobrevivência, portanto, não é o melhor momento.

Depois da apresentação, os amigos foram dá uma esticada na noite passando em um barzinho para beber e depois ir a um restaurante para jantar. Mas eu como um fugidio, desaparecí. A verdade é que eu não tinha um centavo para sentar a mesa com o pessoal. Bateu uma crise, imagine que em pleno dia 05 do mês eu não tinha 1 centavo para sentar com os amigos. Não era para ser assim, depois do tanto que eu trabalhei, investi 5 anos das minhas economias de trabalho realizado no exterior em investimentos que hoje não me pertencem mais.

A noite que começou ótima terminou numa crise da minha parte, voltando sozinho para casa em um ônibus lotado analisando o fracasso que é a minha vida.

Nunca imaginei que aos 31 anos de vida eu teria um desfecho desse.

Acho que eu sou um suicida, matei minhas perspectivas de futuro.

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

UMA SENTENÇA

Alguma vez você sentiu que tiraram o chão dos seus pés?
Alguma vez você viu seu mundo desmoronar e mesmo diante da realidade você não tem autoridade para mudar a situação?
Alguma vez você já teve dúvida de que a pessoa a quem você se deu, a quem você amou com todas as suas forças na verdade não o amasse como você imaginou que o amava?
Alguma vez você foi simplesmente, abandonado, esquecido, colocado de lado no momento em que jurava que seria lembrando?

Não queiram nunca viver isso ou terão que mentir que está bem para que além de tudo, não se torne um peso na vida dos outros.

Aí você passa a viver de mentiras, sorri quando quer chorar e precisa se fazer de forte para não ser visto como fraco, como uma pessoa pesada demais para os amigos.

Você terá que viver isso todos os dias, como uma sentença.

Então você percebe que seu grande crime foi amar, amar demais, amar sem se importar com mais nada.

quinta-feira, fevereiro 18, 2010

THE END

SINTO QUE NÃO VOU VIVER MUITOS ANOS,
PENSO QUE MINHA TRISTEZA VAI ME DETERIORAR
ATÉ QUE EU TENHA CORAGEM DE IR PARA O OUTRO LADO.
PORQUE MORTO EU JÁ ESTOU, SÓ NÃO QUERO ME CONVENCER DISSO.

terça-feira, fevereiro 09, 2010

Mais um trecho do livro

Povo,
demorou, mas está aí mais um trecho do livro como eu havia prometido, espero mais uma vez que gostem.
Super beijo.
UMA CONVERSA FRANCA
Marcos fora conduzido à uma suíte ampla com uma mobília barroca muito bem alinhada e de extremo bom gosto que ficava no terceiro pavimento da casa que o permitia, além de um bem estar, também, liberdade. A parede de frente era toda em vidro com uma imensa porta de correr igualmente de vidro que o levava a cobertura da casa, onde ampliava ainda mais seu espaço.
Após tomar banho pegou a roupa que estava em sua bagagem de mão da qual havia tido a feliz idéia de faze-lo, uma vez que sua mala havia sido extraviada e aquela era a única roupa que tinha no momento, além da que estava usando na viagem. Marcos se vestiu com uma certa pressa, não queria fazer os embaixadores esperarem ainda mais, já era tarde para quem ainda não havia almoçado. Ao descer e se posicionar na sala de jantar, os embaixadores foram logo informados pela Hellen que Marcos os esperava, em menos de um minuto estavam Marcos, o embaixador e a embaixatriz a mesa. Precavida e informada do novo costume de alimentação de Marcos, a embaixatriz preparou um almoço com base em saladas verdes e filé de frango grelhado, ainda prometera ao hospede que se ocuparia pessoalmente da alimentação. Justificou dizendo que ficara espantada e admirada com a transformação do amigo, perder 34 kg e estar tão bem, deveria exigir certos cuidados que ela não se descuidaria, tranqüilizou-o.
Durante o almoço, conversaram sobre a viagem, relembraram fatos da época em que moravam todos em Cabo Verde. Até que Marcos pediu uma pausa para agradecer formalmente à recepção e o tratamento que estava recebendo.

Marcos
- Embaixadores, eu quero, na verdade, eu preciso registrar isso porque apesar do que estão fazendo por mim e pelo Ju, imagino que os senhores não têm noção da grandiosidade que é este gesto. Sendo a nossa relação não convencional, seria muito difícil, na verdade, mas um problema, se isso tivesse acontecido em outro posto da qual não fosse os senhores os embaixadores. Tenho certeza que se fosse este o caso, eu não teria o direito nem mesmo de estar próximo do Jú. Se tudo isso deveria mesmo acontecer, eu agradeço que tenha sido aqui, junto de vocês, onde eu posso exercer o meu papel de companheiro do Ju. Por isso eu agradeço por entenderem nossa relação e respeitarem nossa forma de viver.
Embaixador
- Marquinhos, desculpe pela sinceridade nas palavras. Mas, conheci vocês de perto e sei que eram de fato um casal que se amavam e respeitavam um ao outro, admirava o fato de estarem longe fisicamente, mas, perceber como eram sólidos na relação, você está dentro da minha casa porque sei que era justo com o Jú, porque, se você fosse um filho da puta, eu me limitaria a mandar entregar a chave do apartamento no aeroporto e só.
- Mas não é o caso, não é a toa que hoje você está aqui e somos amigos, então, não precisa agradecer, não por isso.

sábado, fevereiro 06, 2010

Para os Homofóbicos

COM TODO CARINHO PARA
OS HOMOFÓBICOS



sábado, janeiro 02, 2010

TRADUÇÃO DE MIM

Carlinhos Veloz escreveu esta música quando eu ainda era adolescente e hoje ela se tornou tradução da minha vida atual.

Viagem De Novembro

Carlinhos Veloz

Foi uma vez
Numa triste tarde de novembro
Logo eu parti
E aos poucos te perdi de vista
E viajar foi como morrer
Só em saber que na manhã
Seguinte estaria assim tão distante
E não veria mais teu sorriso
A morte rondou minha cabeça
E conter tanta dor foi preciso
Amanheci
Era uma dia triste ainda
Em novembro
Te busquei em vão
E aos poucos lembrei da viagem
Mas estar aqui é como nem estar
Pois estas sempre comigo
Aqui no meu coração
O pensamento guiando
A saudade voa qualquer légua
Pra estar com as pessoas
Que mais amo
Estar aqui é como...

TRECHO DO LIVRO

Povo,

Posto um pequeno trecho do livro que estou escrevendo e da qual já informei a vocês.
Como também sabem, os nomes estão com pseudônimos para não expor os amigos, mas tenho certeza que vocês se reconhecerão na história. Revelo aqui apenas os pseudônimos que usei para mim e para o Rubens.

Júlio ou Jú - Rubens
Marcos ou Marquinhos - Wilton

Espero que gostem!

DE COMPRIMIDOS, TSUNAMI SOGRA E VULCÕES

"Terminado o jantar, Marcos estava entediado daquele filme, lembrara dos comprimidos antivômito que estavam em sua bagagem de mão, queria muito que o passageiro que sentava na poltrona que dava para o corredor acordasse e assim ele pudesse pegar seus comprimidos, não que tivesse ânsia, mas, aquele remédio também servia como estimulante para dormir. Marcos descobrira este truck, no ano de 2004, em Cabo Verde quando viajava de barco para a ilha do Fogo para passar a virada de ano. Sua amiga Ley falou dos problemas causados aos estreantes em viagens de barco, as recorrentes histórias de turistas que passavam mal durante toda a viagem, mas que os comprimidos antivômito resolviam todos os problemas, por precaução o então estreante da vez, Marcos, tomou três das bolinhas achatadas e brancas. Ao entrar no Barco super lotado por causa do período do ano, conseguiu avistar pessoas passando mal mesmo com o balanço do barco estando ainda parado, descobrira ali que havia feito uma ótima descoberta. Meia hora depois de entrar no barco com o mesmo já em alto mar, Marcos estava sonolento e apreensivo com a agitação do mar, no caminho para a cabine, perguntou a um tripulante se aquilo era normal, ele meio a contra-gosto informou que o mar aquele dia estava bem mais revolto que o costume. Marquinhos achou melhor não dormir, precisava estar atento aquele fenômeno que estava deixando não só ele como toda a tripulação e passageiros apreensivos, mas não tinha como reverter a situação, havia tomado dose tripla do remédio para dormir e o sono era mais pesado que a sua vontade de ficar acordado, assim, seguiu para a cabine e dormiu assim que se deitou, não teve tempo de desejar boa noite à Ju, ou mesmo comentar da tormenta que preocupava a todos no barco.
Marcos acordara pela manhã, envolto ao sorriso de Jú e sua frase mais gostosa: - Bom dia gatinho minhoco. Ao acordar, Ju relatou a noite preocupante que teve, não conseguiu dormir preocupado com o balançar do barco e das ondas que batiam contra as janelas e deixara todos os corredores encharcados. Mais tarde no hotel em que se hospedaram assistiram atônitos as notícias do Tsunami que destruíra parte da Ásia. Depois do silêncio Jú apenas comentara sobre a força da natureza que faz com que um acontecimento em um extremo da terra seja capaz de ser sentido do outro..."

segunda-feira, dezembro 28, 2009

AOS DOIS HOMENS DA MINHA VIDA
















For Your Babies


Para vocês (Garotos)

You've got that look againVocê está com aquela aparência novamente,
The one I hoped I had when I was a lad Aquela que eu esperava que tivesse quando era um rapaz.
Your face is just beaming Seu rosto está simplesmente luminoso,
Your smile got me boasting, my pulse roller-coastering Seu sorriso me deixa orgulhoso,(deixa) minha pulsação como uma montanha-russa.
Anyway the four winds that blow Qualquer que seja a direção,os quatro ventos que sopram.
They're gonna send me sailing home to you Vão me enviar navegando para casa,para você,
Or I'll fly with the force of a rainbow Ou eu voarei com a força de um arco-íris.
The dream of gold will be waiting in your eyes O sonho de ouro está esperando em seus olhos...


You know I'd do most anything you wantVocê sabe que eu faria quase qualquer coisa que você queira.
Hey I, I try to give you everything you need Ei,eu tento te dar tudo o que você precisa,
I can see that it gets to you Eu posso perceber que isso impressiona você...


I don't believe in many thingsEu não acredito em muitas coisas,
But in you I do Mas em você... eu acredito.


Her faith is amazingA confiança dela é surpreendente,
The pain that she goes through contained in the hope for you A dor pela qual ela passa,
Your whole world has changed Contida na esperança por você... Seu mundo todo mudou,
The years spent before seem more cloudy than blue Os anos passados anteriormente parecem
In many ways your baby's controlling Mais nebulosos que tristes. De muitas formas seu bebe está no controle,
When you haven't laid down for days Enquanto que você não repousou durante dias.
For the poor no time to be thinking Para s pobres não há tempo para ficar pensando,
They're too busy finding ways Eles estão ocupados demais encontrando os caminhos...


You know I'd do most anything you wantVocê sabe que eu faria quase qualquer coisa que você queira.
Hey I, I try to give you everything you need Ei,eu tento te dar tudo o que você precisa,
I'll see that it gets to you Eu perceberei que isso impressiona você...
I don't believe in many things Eu não acredito em muitas coisas,
But in you I do Mas em você eu acredito.


You know I'd do most anything you wantVocê sabe que eu faria quase qualquer coisa que você queira.
Everyday I, I try to give you everything you need Todos os dias eu, Tento te dar tudo o que você precisa,
We'll always be there for you Eu sempre estarei lá por você...
I don't believe in many things Eu não acredito em muitas coisas,
But in you I do Mas em você... eu acredito



sábado, dezembro 19, 2009


O icone que estão vendo acima e passará a fazer parte da coluna de links do meu blog, é um protesto das meninas lésbicas que estão sendo alvo de perseguição e homofobia por parte do Google que estão insistentemente tirando os blogs delas do ar pelos simples fatos delas falarem de amor entre meninas. O curioso é que tem um monte de blogs com sexo explicito entre heteros e não sofrem nenhuma retaliação, quantos blogs de torcida organizada de futbol que é utilizado para que estes grupos marquem horário e local para se materem, e a Google não vê quaçlquer problema nisso.

Por isso me junto as meninas nesta campanha, a imagem é também um link para um abaixo assinado contra esta ação da Google.

Ah, e se quiser me bloquear fique a vontade senhora Google, pois existem vários outros blogs que inclusive até já superaram isso aqui.

quarta-feira, novembro 04, 2009

ROMANCE

Povo,
informo que estou transformando em um romance, os meus anos de convivência com o Bê, dando um enfoque aos meus últimos 2 meses, é claro que estou usando pseudônimos, pois, não tenho autorização de ninguém para divulgar nomes e não é este o meu intuito.
A intenção é dividir com vocês o que estou passando nestes últimos meses e escrever foi a melhor forma que encontrei de colocar para fora tudo isso.
Aguarde que vem leitura de férias por aí.
bjos!!!

segunda-feira, novembro 02, 2009

DIFÍCIL SER SÓ

Aos poucos me deparo com a realidade, quero dizer, com minha nova realidade. Tudo mudou realmente. Dezembro está chegando e eu não tenho mais a quem esperar, do que me serve o final de ano se não preciso mais contar os minutos para correr para o aeroporto com o coração quase que soltando pela boca e na porta de desembarque olhar com muita atenção cada pessoa que sai com suas malas. Para que serve o mês de dezembro se não vou ver o meu Bê surgindo com sua enorme bagagem me olhando com um sorriso inconfundível e largando tudo para me abraçar gritando: "minhocoooooo" e ao meu ouvido dizer o sonoro e gostoso: "eu te amo, estava com uma saudade bem molinha".
É difícil ser só quando se ama e já experimentou ser amado.
É difícil ser só quando a pessoa que você ama, não está mais ao seu lado.
É difícil ser só.

segunda-feira, outubro 26, 2009

DESISTIR

Estou tentando levar esta nova vida, mas está difícil.
Cansado de mentir para mim e para os outros que estou bem.
Quero acabar com tudo isso, mas se o fizer, serei egoísta com minha familia, pois, estarei destruindo muito mais do que uma vida.
Não aguento mais.

terça-feira, outubro 13, 2009

POR FAVOR

As vezes quero acordar de um grande pesadelo, olhar para o lado e ver meu amado a me consolar com o sorriso de quem diz que foi apenas um sonho, ele me abraça e diz que nunca vai me abandonar, eu adormeço, acordo no dia seguinte, dou um beijo como de costume e peço as forças superiores que nunca tirem ele de mim.

Mas eu não acordo e o pesadelo não acaba.

Por favor, alguém me acorde.

A FALTA

TRISTEZA NOTURNA
DISFARCE DIURNO
TENTATIVA DE SER A MÁSCARA DE OUTRORA
MAS AGORA FALTA
O REGENTE DA MINHA ALEGRIA

MEU MUNDO

MEU MUNDO SE ESVAI
EU OLHO PARA TRÁS

ERGO AS MÃOS
HÁ APENAS UM VÃO

NADA SOBROU DE MIM
AGORA SOU ASSIM

RESTO
SOBRAS

domingo, outubro 11, 2009

UM MERDA, UM LIXO

HOJE PASSO AS NOITES EM CLARO, ME SENTIDO UM LIXO DESCARTADO.
SABE AQUELE COCOZÃO QUE VOCÊ DÁ DISCARGA E ELE INSISTE EM NÃO DESCER? POIS, O PRÓPRIO.
ASSIM QUE ME SINTO, UM COCOZÃO TENTANDO SE CONVENCER QUE É GENTE.

segunda-feira, setembro 28, 2009

TRADUÇÃO ATUAL DE MIM

Meu Jardim
Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores
Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores
Refazendo minhas forças, minhas fontes, meus favores
Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores
Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho
Tô soprando minha brasa, minha brisa, meu anjinho
Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho
Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho
Estou podando meu jardim
Estou cuidando bem de mim

Meu Jardin / Vander Lee

quarta-feira, setembro 16, 2009

CARTA AOS AMIGOS

Queridos, como já é do conhecimento de todos, perdi meu Bê semana passada depois de duas torturantes semanas em que ele ficou internado em um hospital na Romênia. Conto que depois de quase 10 anos de convivência, felicidade, amor, cumplicidade, respeito e companheirismo estas estão sendo as semanas mais tristes da minha vida. Não sei como será daqui em diante, pois, desde que conheci meu Bê, nunca me imaginei vivendo sem ele, não tenho um projeto de vida em que ele não esteja incluído, além de ter a certeza absoluta que era ele a pessoa com quem eu queria envelhecer junto.

Meus dias em Bucareste foram sofridos, posto que eu fui determinado a buscá-lo para que se trata-se no Brasil e ao chegar, me deparei com a fatalidade que já havia ocorrido, ver pela primeira vez o apartamento em que ele estava vivendo foi massacrante e ao mesmo tempo, confortante, fiquei impressionado em como ele fez tudo para que a minha presença estivesse impressa naquele apartamento, desde as fotos espalhadas nos cantos da casa até a decoração que eu havia feito no apartamento de Cabo Verde que para a minha surpresa, era igual em Bucareste.

Hoje, tento ficar de pé, preciso recomeçar em vários aspectos, isso me desanima, estou cansado de recomeçar. Tenho a sensação de que estou dentro de um filme do Almodóvar, ontem tinha tantos planos e agora tudo mudou tão repentinamente, fui mutilado na alma e não sei se existe cura para isso.

Agradeço a todos os amigos que de alguma forma compadeceram da minha dor e aos que estiveram próximos neste momento e participaram na minha luta para ir a Bucareste, aos amigos do trabalho que compreenderam meu momento permitindo a minha ausência por todo este tempo, aos embaixadores do Brasil em Bucareste a que tive a sorte em meio a tanta dor que fossem amigos, facilitando a minha vida na Romênia e que fez tudo para que minha dor fosse menor em um país tão distante, assim como os funcionários da embaixada e da residência oficial.

Escrevo esta, porque me senti na obrigação de fazê-lo posto que foram tantos os amigos que manifestaram preocupação, outro legado que meu Bê me deixou, ampliou meu universo de amizade e assim, amigos provenientes de Cabo Verde, Bucareste, Bruxelas, Nova York, Paris, Londres, Timor Leste, Espanha, Portugal e em vários Estados brasileiros manifestaram sua dor e amizade. Não posso dizer que hoje estou bem e nem sei quando isso vai acontecer e se vai acontecer, mas de tudo isso me comoveu esta rede de amigos que eu não tinha prestado a atenção no tamanho e na intensidade.



Farei tudo para ficar bem



Obrigado a todos.



Faça a gentileza de repassar esta aos amigos.



Wilton (Tom)